O desemprego no Brasil é um tema muito comentado e persistente. Mesmo com algumas melhorias temporárias na taxa de emprego, o número total de desempregados permanece elevado ao longo dos anos, o que gera inúmeras discussões e projetos de lei.
Um dos principais tópicos de debate é a dificuldade enfrentada pelos jovens para ingressar no mercado de trabalho, devido à falta de experiência e maturidade profissional. A partir disso, o artigo de hoje traz alguns dos obstáculos que os jovens desempregados encontram e oferece dicas e estratégias para superar essas dificuldades.
Qual é o conceito de juventude?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a juventude é o período que se estende dos 15 aos 24 anos de idade. Esse é o mesmo entendimento do Ministério da Saúde.
A partir de que idade as pessoas podem trabalhar no Brasil?
Apesar da idade estabelecida, a legislação trabalhista brasileira permite o trabalho a partir dos 14 anos, na condição de aprendiz. A lei ainda estabelece algumas diretrizes para que as organizações possam empregar jovens.
Popularmente conhecida como Lei da Aprendizagem, a lei 10.097, é um importante instrumento de inclusão social. O principal objetivo dela é ampliar as oportunidades para quem busca o primeiro emprego, além de incentivar a qualificação, teórica e prática.
Quais são as dificuldades da inserção de jovens no mercado de trabalho?
Alguns fatores impactam diretamente na dificuldade de entrada dos jovens no mercado de trabalho. Confira alguns deles:
1) Falta de experiência
Algumas empresas tendem a evitar a contratação de jovens devido à falta de experiência profissional. Grande parte desses jovens ainda estão no ensino médio ou na faculdade, e possuem pouca vivência prática e conhecimento limitado sobre o mercado de trabalho, isso dificulta a sua contratação.
2) Pouca maturidade profissional
Geralmente, os jovens não possuem as qualificações profissionais necessárias para lidar com grandes desafios, assumir riscos ou tomar decisões estratégicas importantes, pois estão em uma fase de aprendizado e adaptação. Suas competências técnicas e comportamentais serão desenvolvidas ao longo do tempo.
3) Escassez de vagas
O número de oportunidades para aprendizes e jovens no início de suas carreiras é, normalmente, pequeno para atender à demanda. Quando essas vagas são disponibilizadas, muitas empresas fazem exigências específicas, como o conhecimento em softwares específicos ou disponibilidade para horários incompatíveis com atividades acadêmicas, o que dificulta a candidatura. Além disso, hoje em dia, há um número grande de jovens buscando a sua primeira oportunidade de trabalho.
4) Dúvidas da empresa contratante
Os encargos trabalhistas e sociais, como décimo terceiro salário, vale-transporte, contribuições para INSS e FGTS, são obrigatórios e devem ser aplicados para todas as faixas etárias. Isso faz com que as empresas prefiram pessoas mais experientes, que possam contribuir mais com o alcance das metas estabelecidas, ao invés de oferecer oportunidades de aprendizado a jovens.
5) Instabilidade ocupacional
As empresas, em muitos casos, evitam contratar pessoas muito jovens, que ainda não possuem família e usam o salário apenas para despesas pessoais. Elas costumam acreditar que os jovens podem ter menos comprometimento com o trabalho e com os resultados buscados pela organização. Na maioria dos casos, a preocupação surge a partir da percepção de que o grupo ainda busca por experimentações antes de definir um plano de carreira.
Como aumentar as chances de conseguir um emprego
Apesar dos inúmeros desafios, grande parte das empresas começaram a perceber os benefícios de contratar jovens, como a redução de encargos e uma adaptação melhor à cultura organizacional. Devido às dificuldades da entrada no mercado de trabalho, os jovens podem seguir algumas diretrizes para aumentar suas chances de conseguir um emprego. Essas ações incluem:
Frequentar um curso técnico
Os jovens que têm interesse em aumentar as chances de encontrar sua primeira oportunidade de trabalho podem optar por fazer um curso técnico. Segundo o Ministério da Educação (MEC), os que já passaram pelo ensino fundamental, ainda está frequentando ou concluíram o ensino médio podem fazer o curso.
O MEC tem em seu Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT) as modalidades de educação profissional técnica, divididas por eixos. O documento tem todas as informações relativas à carga horária mínima do curso pretendido, pré-requisitos, a legislação pertinente, possíveis campos de atuação e ocupações associadas.
O curso técnico é uma alternativa muito interessante para adquirir conhecimento prático em um curto espaço de tempo.
Trabalhar em ações e projetos de voluntariado
Ao ser voluntário, o jovem oferece serviços de forma não remunerada e dedica tempo e conhecimento em prol de um grupo ou causa social. Existem muitas oportunidades de atuação, relacionadas aos valores e motivações pessoais. Elas podem ser consideradas como experiência relevante ao buscar emprego. Alguns trabalhos voluntários podem ser incluídos como atividades extracurriculares, como:
- Preservação ambiental: Através da divulgação de técnicas de conservação, de reciclagem ou do uso racional dos recursos.
- Proteção à infância: Por meio do incentivo à prática esportiva ou da disseminação de rotinas de higiene e limpeza.
- Empoderamento feminino: Dando assistência às vítimas de abuso, agressão ou negligência familiar.
Estruturar um bom currículo e uma carta de apresentação atraente
O objetivo do currículo é descrever a trajetória profissional, formação acadêmica e competências técnicas. Já a carta de apresentação foca em conquistas adquiridas e habilidades comportamentais relacionadas com a vaga pretendida, com o objetivo de chamar a atenção de quem está conduzindo o processo seletivo. Os dois documentos são importantes e complementares, por isso precisam ter informações relevantes com relação ao perfil esperado para o cargo.
Buscar por oportunidades continuamente
Há diversas profissões que não requerem experiência prévia e oferecem vagas para iniciantes. Algumas grandes empresas também costumam divulgar programas de estágio e trainee para pessoas que estão em busca do primeiro emprego. É importante ficar atento e acompanhar a divulgação dessas oportunidades.
5 dicas para o jovem no mercado de trabalho
Todos os anos o mercado de trabalho se transforma. São áreas que possuem muitas oportunidades, outras que são mais difíceis, algumas que contratam esporadicamente, é a tecnologia em grande, entre outros fatores. Mas o que importa mesmo, é que o jovem precisa se adaptar ao mercado de trabalho.
Para te ajudar a entrar com o pé direito no mercado, trouxemos cinco dicas que irão te ajudar a aumentar suas chances.
1. Conheça os desafios e esteja pronto para eles
O mercado de trabalho é complexo para todos. São muitos desafios ao longo do processo e é preciso estar preparado para enfrentar dificuldades. Por isso, o primeiro passo é compreender quais são os principais obstáculos e como você pode se preparar para encará-los. Alguns pontos principais são a falta de experiência, a exigência de qualificação, a alta competição e a demanda de performance.
É importante buscar formas de se destacar e aprender com os desafios do mercado de trabalho. O bom plano de carreira, o gerenciamento de tempo adequado e a organização de prioridades precisam andar lado a lado.
2. Não deixe de buscar uma boa formação
A competição no mercado de trabalho está, e será, cada vez mais acirrada. Por isso, é importante que você tenha bons conhecimentos.
É preciso ter uma formação adequada, fazer cursos e estar sempre atualizado. Dessa forma, é possível se destacar no mercado e conquistar o seu espaço.
3. Use o networking como uma de suas armas secretas
Os relacionamentos interpessoais são muito importantes para o jovem no mercado de trabalho. O networking consiste em criar uma rede de contatos de interesse para a sua profissão. Ela ajuda a ter um suporte para trocar experiências e, é claro, encontrar oportunidades sobre a área.
Algumas oportunidades sequer chegam aos anúncios tradicionais, por isso, é interessante fazer boas conexões. Utilize a faculdade, fóruns e eventos para construir a sua rede de networking. Assim, você irá se cercar de pessoas capacitadas e que podem ajudá-lo.
4. Não pare de se atualizar
A atualização dos conhecimentos é essencial e precisa ser constante. O jovem no mercado de trabalho precisa encarar a grande concorrência e os avanços acelerados.
Esteja por dentro das novidades em termos de tecnologia, métodos e exigências que surgem o tempo inteiro. Se não acompanhar os avanços, acabará ficando para trás. Faça novas capacitações, aprenda outras habilidades e acompanhe as novidades do mercado.
5. Saiba cuidar de si e dos seus resultados
O autogerenciamento é uma habilidade extremamente importante no mercado atual. Ao invés de esperar que alguém faça algo ou dê ordens, trabalhe a produtividade e resolva o que for possível.
Use a sua autonomia de maneira inteligente e mostre que você possui proatividade. Não dependa apenas de feedback para saber que fez um bom trabalho, doe-se. Dessa forma, sua presença não vai passar despercebida.
Jovem no mercado de trabalho: muitas possibilidades para chegar longe
Não é fácil ser jovem no mercado de trabalho. Mas é importante ressaltar que existem muitas oportunidades e elas são direcionadas, normalmente, às pessoas que se dedicam e buscam driblar as dificuldades.
Não fique parado, construa o seu currículo e cadastre-se no BNE. Suas chances de encontrar algo novo e que combine com o seu perfil na nossa plataforma são enormes.
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