O técnico em segurança do trabalho é um profissional essencial para manter todos os colaboradores seguros. Com o aumento da preocupação com a saúde e o bem-estar dos profissionais, sua importância cresce ainda mais no mercado de trabalho, especialmente à medida que as empresas percebem a necessidade de atuar na prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
Esse profissional pode atuar em organizações privadas e públicas de diversos setores, sendo uma excelente oportunidade para quem busca iniciar uma carreira, realizar uma transição ou mesmo tem curiosidade sobre a área.
Neste artigo, você vai aprender o que faz um técnico em segurança do trabalho, como se tornar um, quais são as oportunidades do setor e muito mais. Aproveite!
O que é e o que faz um técnico em segurança do trabalho?
O técnico em segurança do trabalho é o profissional responsável por identificar, avaliar e combater os riscos ocupacionais presentes no ambiente profissional. Isso significa que esse indivíduo é um dos principais responsáveis por reconhecer elementos que podem oferecer perigo aos trabalhadores, sendo uma figura essencial para o bem-estar e a segurança dos profissionais, o que também gera benefícios para os empregadores.
A presença de um técnico em segurança do trabalho auxilia na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, além de prestar apoio quando acontecem, evitando maiores riscos e minimizando as consequências.
Para atuar como técnico em segurança do trabalho é preciso ter conhecimento nas Normas Regulamentadoras, também chamadas de NRs. São elas que listam as obrigações, deveres e direitos que devem ser respeitados por empregadores e trabalhadores, sempre com o objetivo de manter o ambiente profissional seguro e saudável.

As NRs estão presentes na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e empresas que não as seguem são penalizadas. Esse é mais um motivo que torna a presença do técnico em segurança do trabalho essencial, algo que tem aumentado o número de contratações recentemente.
Outra obrigação importante desse profissional é o treinamento e o monitoramento do uso adequado dos equipamentos de proteção individual, as EPIs. Essa é uma prática essencial em setores que envolvem funções de risco para os colaboradores, exigindo um trabalho minucioso do técnico em segurança do trabalho.
Principais obrigações do técnico em segurança do trabalho segundo a Lei
Em 1989, foi regulamentada a Portaria nº 3.275, onde são listados as principais obrigações do profissional que atua como técnico em segurança do trabalho, classificado pelo Código Brasileiro de Ocupação (CBO 3516-05). Nele, são estipuladas 18 atribuições, que você pode conferir na íntegra a seguir:
I – informar o empregador, através de parecer técnico, sobre os riscos existentes nos ambientes de trabalho, bem como orientá-lo sobre as medidas de eliminação e neutralização;
II – informar os trabalhadores sobre os riscos da sua atividade, bem como as medidas de eliminação e neutralização;
III – analisar os métodos e os processos de trabalho e identificar os fatores de risco de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho e a presença de agentes ambientais agressivos ao trabalhador, propondo sua eliminação ou seu controle;
IV – executar os procedimentos de segurança e higiene do trabalho e avaliar os resultados alcançados, adequando-os às estratégias utilizadas de maneira a integrar o processo prevencionista em uma planificação, beneficiando o trabalhador;
V – executar programas de prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho nos ambientes de trabalho com a participação dos trabalhadores, acompanhando e avaliando seus resultados, bem como sugerindo constante atualização dos mesmos e estabelecendo procedimentos a serem seguidos;
VI – promover debates, encontros, campanhas, seminários, palestras, reuniões, treinamentos e utilizar outros recursos de ordem didática e pedagógica com o objetivo de divulgar as normas de segurança e higiene do trabalho, assuntos técnicos, administrativos e prevencionistas, visando evitar acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho;
VII – executar as normas de segurança referentes a projetos de construção, ampliação, reforma, arranjos físicos e de fluxos, com vistas à observância das medidas de segurança e higiene do trabalho, inclusive por terceiros;
VIII – encaminhar aos setores e áreas competentes normas, regulamentos, documentação, dados estatísticos, resultados de análises e avaliações, materiais de apoio técnico, educacional e outros de divulgação para conhecimento e auto-desenvolvimento do trabalhador;
IX – indicar, solicitar e inspecionar equipamentos de proteção contra incêndio, recursos audio-visuais e didáticos e outros materiais considerados indispensáveis, de acordo com a legislação vigente, dentro das qualidades e especificações técnicas recomendadas, avaliando seu desempenho;

X – cooperar com as atividades do meio ambiente, orientando quanto ao tratamento e destinação dos resíduos industriais, incentivando e conscientizando o trabalhador da sua importância para a vida;
XI – orientar as atividades desenvolvidas por empresas contratadas, quanto aos procedimentos de segurança e higiene do trabalho previstos na legislação ou constantes em contratos de prestação de serviço;
XII – executar as atividades ligadas à segurança e higiene do trabalho utilizando métodos e técnicas científicas, observando dispositivos legais e institucionais que objetivem a eliminação, controle ou redução permanente dos riscos de acidentes do trabalho e a melhoria das condições do ambiente, para preservar a integridade física e mental dos trabalhadores;
XIII – levantar e estudar os dados estatísticos de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho, calcular a freqüência e a gravidade destes para ajustes das ações prevencionistas, normas, regulamentos e outros dispositivos de ordem técnica, que permitam a proteção coletiva e individual;
XIV – articular-se e colaborar com os setores responsáveis pelos recursos humanos, fornecendo-lhes resultados de levantamentos técnicos de riscos das áreas e atividades para subsidiar a adoção de medidas de prevenção a nível de pessoal;
XV – informar os trabalhadores e o empregador sobre as atividades insalubres, perigosas e penosas existentes na empresa, seus riscos específicos, bem como as medidas e alternativas de eliminação ou neutralização dos mesmos;
XVI – avaliar as condições ambientais de trabalho e emitir parecer técnico que subsidie o planejamento e a organização do trabalho de forma segura para o trabalhador;
XVII – articular-se e colaborar com os órgãos e entidades ligados à prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho;
XVIII – participar de seminários, treinamentos, congressos e cursos visando o intercâmbio e o aperfeiçoamento profissional.
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Quais as áreas de atuação para esse profissional?
O técnico em segurança do trabalho é uma função bastante versátil e que pode atuar em todos os setores da economia. Inclusive, o número de profissionais é definido pelo total de colaboradores presentes na empresa e os riscos das atividades realizadas, segundo a NR4.
Ainda assim, devido ao grau de complexidade de algumas áreas, existem setores com maior destaque para a atuação do técnico em segurança do trabalho. Entre eles, podemos citar:
Indústria
Construção civil
Logística, distribuição e transporte
Saúde e hospitais
Agropecuária
Laboratórios clínicos e análises
Trabalho rural
Comércio e serviços
Educação
A presença do técnico em segurança do trabalho é necessária em empresas públicas e privadas. Além disso, o profissional pode atuar nos modelos CLT, autônomo ou PJ, como consultor ou mesmo coordenador ou supervisor.
Quanto ganha um técnico de segurança do trabalho?
A média salarial de um técnico em segurança do trabalho é influenciada pelo setor em que está trabalhando, porte da empresa, nível de experiência e até mesmo estado do Brasil. O nível de periculosidade das atividades gerenciadas e o impacto das suas funções também podem influenciar.
É importante manter isso em mente, já que os valores podem variar de acordo com a vaga e o local. Porém, é possível definir uma média geral ao considerar os valores pagos a profissionais de todo o país no último ano. Confira a seguir:

Lembrando que especializações e aprendizado contínuo podem auxiliar em um crescimento progressivo da carreira, levando a promoções que superam até mesmo os valores informados neste artigo.
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Qual a duração do curso técnico em segurança do trabalho?
Para se tornar um técnico em segurança do trabalho, é preciso ingressar em um curso técnico. Sua duração varia conforme a modalidade e instituição, mas costuma durar entre 18 meses e 2 anos e meio, a maioria exigindo que os inscritos tenham concluído o ensino médio.
Um curso para se tornar um técnico em segurança do trabalho pode ser feito nas modalidades presencial, EAD ou semipresencial e varia de 1200 a 1600 horas. Nele, os estudantes aprendem sobre os fundamentos da Saúde e Segurança do Trabalho (SST), ergonomia, gestão ambiental, doenças ocupacionais, métodos para prevenção de riscos, o que fazer em caso de acidentes de trabalho e muito mais.

Para atuar como técnico em segurança do trabalho, é fundamental ter qualificação profissional, já que essa é uma área diretamente ligada à saúde e proteção dos trabalhadores. O profissional assume responsabilidades importantes na prevenção de riscos, acidentes e doenças ocupacionais.
No mercado atual, existem cursos em instituições públicas e privadas, oferecendo uma ampla variedade de opções aos jovens interessados na função.
Habilidades necessárias para técnico em segurança do trabalho
Os conhecimentos técnicos são importantes para ser um bom técnico em segurança do trabalho. Em especial quando se trata das Normas Regulamentadoras (NRs), uso de EPIs, legislação trabalhista e normas ambientais.
Também é importante que o profissional tenha conhecimento sobre documentos importantes para a SST, como o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
Além disso, o técnico em segurança do trabalho deve ser capaz de fazer uma excelente análise de dados e estatística, visto que a profissão tem evoluído bastante no recebimento e uso de informações. Suas funções podem exigir ainda o domínio de diferentes ferramentas e softwares, desde os mais comuns, como o Pacote Office, até aqueles mais especializados.

As soft skills mais importantes para o técnico em segurança do trabalho
Como vimos, as hard skills são essenciais para ser um bom técnico em segurança do trabalho. No entanto, as soft skills se mostram tão essenciais quanto, sendo as principais delas:
Proatividade: necessária para antecipar riscos, não apenas reagir a eles.
Comunicação clara: o profissional deve explicar procedimentos, treinamentos, diretrizes e precisa ser capaz de fazer isso de forma clara, eficaz e respeitosa.
Liderança: necessária para engajar colaboradores e lidar com diferentes perfis.
Inteligência emocional: inclui a empatia, escuta ativa e relação interpessoal, todas fundamentais para interagir com diferentes tipos de profissionais.
Pensamento crítico: traz discernimento e análise coletiva do trabalho, itens importantes para lidar com os dados e relações.
Trabalho em equipe: um bom técnico em segurança do trabalho vai atuar em equipes multidisciplinares, precisando saber como fazer isso.
Capacidade de observação: este profissional deve ter uma visão sistêmica e detalhista para conseguir detectar os riscos ocupacionais a qualquer momento.
Resiliência: necessária para lidar com resistências e desafios culturais.
Gestão de processos: essencial para organizar auditorias, treinamentos, programas, entre outras atividades importantes para a função.
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Como se destacar na profissão de técnico em segurança do trabalho
O mercado para a segurança do trabalho foi estimado em US$ 18,79 bilhões em 2024, segundo o relatório Global Workplace Safety Market. Este mesmo documento aponta um crescimento a um CAGR de 16,9% entre os anos de 2025 a 2030, mostrando como esse setor tende a se expandir ainda mais no futuro próximo.
Esse é um dos sinais de que o mercado de trabalho está aquecido para a função, tornando-a uma excelente oportunidade para quem deseja construir uma carreira sólida em um setor em plena expansão. Para isso, é fundamental buscar qualificação profissional e investir em desenvolvimento contínuo.
As atividades de um técnico em segurança do trabalho são bastante amplas, e se alteram conforme o setor e necessidades da empresa onde atua. Por isso, é importante que esses profissionais estejam dispostos a investir em certificações complementares, especializações e domínio de softwares específicos.
Além disso, é preciso estar sempre buscando melhorar suas habilidades socioemocionais e interpessoais. A responsabilidade relacionada aos acidentes de trabalho e às doenças ocupacionais envolve contato constante com diferentes pessoas, o que torna indispensável saber lidar com diversos perfis e situações.
Qual a diferença entre técnico e engenheiro de segurança do trabalho?
Ambos os profissionais são importantes para o campo da saúde e segurança do trabalho, mas possuem responsabilidades, formações e competências bastante diferentes. O técnico precisa de uma formação de nível médio, e sua função é regulamentada pela Lei nº 7.410 de 1985.
Já o engenheiro precisa de uma formação de nível superior, que pode levar de 6 a 7 anos com a pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho. Além disso, ele precisará realizar um registro profissional no CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) para que possa assinar documentos técnicos de forma oficial.
Em geral, podemos dizer que a principal diferença entre técnico e engenheiro de segurança do trabalho é que o primeiro não pode assinar ou se responsabilizar por laudos e avaliações. O engenheiro tem como principais obrigações:
Desenvolver e gerenciar programas de segurança abrangentes
Realizar avaliações e análises de riscos complexas
Implementar sistemas de gestão de segurança
Elaborar documentos técnicos de nível estratégico, como:
PPRA (Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais)
LTCAT (Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho)
ASO (Atestado de Saúde Ocupacional)
Laudos de acidentes de trabalho
Avaliações de insalubridade e periculosidade
Assinar laudos e pareceres técnicos oficialmente (atribuição exclusiva)
Liderar equipes de segurança
Desenvolver políticas de segurança organizacionais
Assessorar na implementação de medidas preventivas
Promover a cultura de segurança em nível estratégico
Auditar programas de segurança
Garantir conformidade com legislação vigente
O mais recomendado é que uma empresa tenha ambos os profissionais, que irão se dividir entre a parte estratégica e operacional para garantir que todos os colaboradores fiquem em segurança. Assim, a organização funciona de forma adequada e permanece distante de passivos trabalhistas e outras penalizações.
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